sábado, 26 de junho de 2010

A CANÇÃO DAS ESTRELAS-BEBÊS

Enquanto eu selecionava alguns escritos do sábio Vyasa para uma aula do curso Om Sattva e escutava um belo cd de música celta, surgiu no meu quarto um amigo extrafísico e saudou-me com um sorriso carinhoso.
Poeta brilhante, há algum tempo que eu não o via.
Parei o que estava fazendo e preparei-me para escrever, pois ele sempre passa textos muito legais.
Porém, ele cruzou os braços na minha frente e disse-me o seguinte:
"Pense no incomensurável poder que gerou esse imenso universo. Bilhões de galáxias sustentadas por apenas um pensamento cósmico do Todo.
Agora mesmo, muitas estrelas-bebês estão emergindo do útero cósmico e bordando o tecido vivo da Existência.
Elas pulsam de vitalidade e cantam com a Luz. Na Terra, os homens são surdos e não escutam a canção estelar. Seus ouvidos espirituais estão entupidos pela cera da arrogância.
Só as crianças pequenas, as baleias, os golfinhos, os devas, os pássaros e os mestres serenos e anônimos percebem esse canto estelar.
Pense, meu amigo.
Em alguns momentos inspirados, os poetas, os músicos, os artistas e os escritores também conseguem sentir essas harmonias invisíveis.
Você se interessou em captar o meu pensamento para escrever um texto. Porém, que tal captar a sintonia das estrelas-bebês?
Hoje o texto é por sua conta, pois uma estrela está no alto de sua cabeça e não na minha.
Vou ficar só olhando e lembrando-me do olhar amoroso de Bábaji.*

Quem sabe eu não ganho uma estrela também?"

Inspirado pelo poeta amigo, escrevo o seguinte:
Na tela viva do Universo brilham as estrelas-bebês.
Elas cantam na Luz, mas quem canta para elas?
Ei, amiguinhas!
Vocês podem me sentir?
Moro aqui na Terra e um amigo espiritual sugeriu-me escrever sobre vocês.
Pode parecer estranho, mas pensei em fazer uma canção de ninar estrelas-bebês.
É uma canção silenciosa, pois o som não viaja pelo espaço sideral. Mas quem canta é o meu coração, um menino bacana que mora aqui no meu peito e que sempre escuta a canção de vocês.
Está na hora dele cantar aquele Amor que viaja no silêncio e embala as estrelas.
Queridas, o seu berço é na galáxia e o meu (temporariamente) é aqui na Terra. No entanto, estamos tão próximos em sentimentos e vibrações e a canção é nossa UNIÃO.
Deixem o amigo coração embalar seu brilho e recebam essa canção:

"No campo da vida, estrelinhas em florescência
São filhas da Luz de um artista invisível
O seu toque está nelas!
Por isso elas cantam e brilham
Elas sentem o carinho secreto
Elas são mimadas por Ele
Sim! Há mãos invisíveis tocando as estrelas-bebês
São mãos de luz
E elas também tocam os homens
O poeta extrafísico sentiu o toque e sorriu
E passou a vez a um coração cantor
Ele também cantou o som das esferas.
Na tela viva do Universo brilham as estrelas-bebês.
Elas são embaladas por mãos invisíveis e
Ninadas por corações que cantam."

Em sua trajetória pelo espaço, as estrelas-bebês cantam e brilham.
Os golfinhos, as baleias, os devas (anjos), os pássaros, as criancinhas e os mestres serenos e silenciosos escutam suas canções.
Em sua trajetória pela Terra, o mesmo coração também canta e brilha. E os mestres do silêncio também escutam a sua canção de Amor.
Por isso, eles projetam uma estrela-guia no alto da cabeça dos que trabalham sob os auspícios da Luz Espiritual.

P.S: Amigo leitor, talvez haja agora uma estrela no meio do alto de sua cabeça convidando-o para uma expansão da consciência. Que tal cantar algo no silêncio do seu coração para ninar essa estrela? Daí, talvez, ela leve a canção para as bilhões de estrelas-bebês na vastidão cósmica. Se elas gostarem, talvez lhe revelem o Som das Esferas e o Caminho Secreto. Então, você perceberá a ação silenciosa das mãos de Luz e descobrirá que no céu de sua consciência imortal também brilham bilhões de estrelas... forever.

Paz e Luz.

- Wagner Borges -
São Paulo, 11 de junho de 2001.

* Bábaji: Nome carinhoso dado ao mestre hindú que modernizou as práticas de Kriya-Yoga. Seu mantra é "OM KRIYA BÁBAJI NAMAH". Sua tradução é: OM: Vibração Interdimensional; O Verbo Divino; O Shabda (palavra de poder) de Brahman.
Krya: Ação de Purificação. - Namah: Saudação a um ser superior; Reverência ao poder espiritual evocado.
Segundo o mestre Lahiri Mahasaya, que é um de seus principais discípulos ao longo das várias vidas, somente o fato de alguém pronunciar ou pensar no nome de Bábaji já evoca uma proteção espiritual. Ou seja, o próprio nome dele já é um mantra e pode ser concentrado em qualquer um dos chacras que alguém quiser trabalhar.
No contexto hinduísta, Baba significa "Papai". Quando se coloca o Jí, significa "Papaizinho". Isto é, aquele que protege o caminhante na senda iniciática escolhida.
Diga-se de passagem, Bábaji não pertence a nenhum grupo ou doutrina. E ele é acessível a todos aqueles que o buscarem na sintonia correta do olho espiritual e nos salões secretos do coração.
Bábaji também é conhecido como "Nagaraja". Significa "Rei das Serpentes" ou "Serpente Real". Isso porque no contexto iniciático da antiga Índia a serpente era considerada o símbolo da sabedoria. Além disso, o nome é uma metáfora do processo ascensional do despertar da kundalini da base da coluna até o chacra coronário no topo da cabeça. Ou seja, a "serpente é o adepto que dissolve maya (ilusão) e revela o Raja (Real) diante do olho espiritual".
O nome de Bábaji concentrado no centro da estrela prânica é uma ótima prática de visualização e evoca um clima espiritual de alto nível. O leitor encontrará informações sobre esse mestre maravilhoso nesses dois excelentes livros: 1."Autobiografia de Um Iogue"; Paramahansa Yogananda; Editora Self Realization Fellowship - 2. "Bábaji"; Marshall Govindan; Editora Krya Yoga Publications (Canadá). Obs: Parece que esse livro está sendo traduzido para o português e em breve estará nas livrarias.

Dica de site sobre Bábaji e Kriya-Yoga: www.babaji.ca

Mais um detalhe: Nenhuma organização da Terra é detentora da vibração de um mestre espiritual. Muitas vezes, os discípulos de algumas organizações acham que os mestres só aparecem para eles. E o pior: acham que seus métodos e iniciações são os únicos válidos nas vias espirituais. No entanto, é mais fácil uma criança ou um pássaro perceberem um mestre do que o coração desse pessoal se abrir na freqüência da compaixão incondicional.
E mais: muitas pessoas recebem iniciações de Kriya-Yoga durante o sono. É que elas se desprendem espiritualmente dos seus corpos e são levadas aos templos extrafísicos, onde os mestres lhes ensinam vários recursos e as iniciam livremente. A senha de passagem dessas pessoas é o brilho que elas carregam no coração e a lucidez de seus propósitos no mundo. Elas são iniciadas devido a sua sintonia com os bons propósitos. Algumas voltam para o corpo e lembram. Outras, esquecem quando despertam no corpo denso, mas a luz dos mestres brilha em seu interior e surgirá durante a vigília como poderosas intuições guiando-as no caminho.
Se essas pessoas já são iniciadas diretamente na fonte espiritual dos planos extrafísicos superiores, por que elas teriam que pedir iniciação aqueles que só foram iniciados aqui na Terra?
Sim, muitas pessoas que não carregam títulos ou graus iniciáticos e que aparentemente estão soltas no mundo já foram iniciadas por quem de direito.
Elas participam das vibrações silenciosas de mestres do quilate de Bábaji, Ramatís, Lahiri Mahasaya, Sukhadeva, Matají e outros luminares da Espiritualidade. Elas estão com o olho espiritual aberto na freqüência do Amor e seus chacras são estrelas brilhando em nome da Luz.
O grau iniciático dessas pessoas está no brilho de seus olhos, no amor que jorra de seus corações e na luz que brilha intensamente em suas cabeças. E a única senha que elas apresentam nos templos espirituais é o bem que elas fazem na crosta do mundo e além... Naquele silêncio que trabalha a favor da evolução de todos.
Escrevendo tudo isso nessa nota adicional, lembrei-me de um poema fantástico do mestre sufi Rumi:

"A viagem do sonho
Com a oração da noite,
quando o sol declina e se esconde,
fecha-se a via dos sentidos
e abre-se o caminho ao não-visto.
O anjo do sono conduz então os espíritos
como o pastor o seu rebanho.
Para além do espaço, em pradarias transcendentes,
que cidades, que jardins ele nos mostra!
Quando o sono nos rouba a imagem do mundo,
o espírito contempla mil formas e maravilhas.
É como se habitasse desde sempre essas paragens,
já não recorda a vida na terra,
nem sente cansaço ou tristeza.
coração liberta-se por inteiro
do peso do mundo, de toda a opressão,
e já nem percebe os cuidados que lhe são dedicados."

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