Para muitas pessoas pensar em Deus é pensar na Supremacia, no Divino, no Sagrado, no Distante, no Intocável e assim por diante, não é mesmo?
No entanto, penso que Deus não está tão longe assim, não está tão Divino ou não é tão intocável assim. Entendo que Deus é como ar, ar que nos envolve continuamente e libentemente sem que precisemos pedir, pensar ou determinar.
É um respirar, um expirar, um inspirar, simples.
Pensando dessa forma, fico imaginando quantos de nós percebemos ou damos importância para o ar que respiramos ou mesmo para nosso respirar. Fico imaginando que importância, que sentido e que valor damos a cada expiração e inspiração.
Infelizmente muitos não têm a mínima consciência do ato de respirar e só dão valor ao ar no momento em que estão se afogando, envolvidos pelo mar da solidão e da escuridão, envolvidos por um debater compulsivo e agressivo em busca de um suspiro de esperança.
Observo quantos asmáticos espirituais existem dentro e fora dos Templos religiosos, que só encontram alívio naquele ar artificial produzido pelo Homem e armazenado dentro de uma bombinha.
É, às vezes vejo as pessoas tão insensíveis e tão distantes do ‘simples’, do ‘tudo’, do ‘fundamental’, mas percebo que eu não posso respirar por ninguém.
Creio também, que Deus na sua onipotência, onisciência e onipresença, está no meu olhar, vendo tudo e me vendo através de mim mesmo e que se manifesta em minhas atitudes. Cada ato meu é reflexo do MEU DEUS, e se roubo, minto, amo, falo mal, tolero, engano, aceito, julgo… É o meu “Sagrado”, é o meu Deus agindo, é o meu Divino pensando, desejando e se manifestando.
Percebo então a importância de entender que o Sagrado, Deus, o Divino, os Orixás e os Guias Espirituais não estão tão distante assim, principalmente para nós umbandistas atuantes e conscientes.
É fato que temos a manifestação diária do Transcendente em nossas vidas, é fato que consciente ou inconsciente os Guias e os Orixás se manifestam em nós e através de nós, em todos os momentos e nos mínimos detalhes.